15 de Novembro - 1889

A proclamação da república.

A respeito dessa data, para esse blog, deve-se ressaltar a Questão Militar. Vale lembrar que até meados de 1850 o oficialato do exército brasileiro era formado por pessoas da elite. Devido aos baixos soldos, demora nas promoções e condições de vida não tão boas essa elite foi deixando, com o tempo, seus cargos para filhos de militares e de funcionários públicos que se interessavam na carreira militar.
Após a vitória na Guerra do Paraguai (1864-1870), o exército ficou fortalecido. Os oficiais, embora alguns atuassem na esfera política, tinham uma lealdade maior para com a corporação e não para com o governo. Ao mesmo tempo, a Escola Militar na praia Vermelha tornara-se um centro de estudos matemáticos e humanísticos, onde as idéias do positivismo se proliferavam, sobretudo após o ingresso de Benjamin Constant como professor na instituição.
A causa imediata da Questão Militar foram as declarações do Tenente-coronel Antônio de Sena Madureira (1836-1889), que em 1883 se opôs ao Projeto de Lei de autoria do Visconde de Paranaguá, que obrigava a contribuição ao montepio (instituição mutualista e financeira de capitais privados portugueses) dos militares.
Sena Madureira foi punido após aquele episódio. No ano seguinte após homenagiar um abolicionista, o jangadeiro Francisco José do Nascimento (o Dragão do Mar), ele foi transferido para a Escola Preparatória de Rio Pardo (província do Rio Grande do Sul) como forma de punição.
Essa polêmica transferência levou o Ministro da Guerra, Alfredo Chaves, a proibir os militares de travar discussões através da imprensa. O General Deodoro da Fonseca, presidente da província e comandante das armas do Rio Grande do Sul, se recusou a aceitar as imposições do Ministro.
Na província do Piauí houve o caso do Cel. Cunha Matos. Ele descobriu que o comandante era corrupto e pediu o afastamento do mesmo. Sofreu várias críticas no plenário da Câmar dos Deputados e na imprensa. o Cel. se manisfestou, defendendo-se, também pela imprensa. Acabou sendo punido pelo fato de ser vetado travar discussões pela imprensa.
Senna Madureira também se manifestou, através do periódico republicano A Federação, à época redigido por Júlio de Castilhos, conhecido por suas idéias republicanas. Castilhos ainda escreveu um artigo intitulado Arbítrio e Inépcia onde falava sobre o descaso para com o exército, que segundo ele era a única instituições incorrupta.
Todos esses acontecimentos culminaram com a manisfestação de alunos da Escola Militar da Praia Vermelha que apoiavam o então General Deodoro, que acabou sendo transferido para o Rio de Janeiro e sendo recebido como herói pelos cadetes. O governo viu que os militares em sua maioria apoiavam o Gen. Deodoro.
Depois de muita insistência dos revolucionários, Deodoro concordou em liderar o movimento. O golpe militar que estava prevista para 20 de novembro de 1889, teve de ser antecipado. No dia 14, divulgou-se a falsa notícia de que estaria iminente a prisão de Benjamin Constant e Deodoro da Fonseca. Por isso, na manhã do dia 15 de novembro, Deodoro iniciou o movimento que pôs fim ao regime imperial.Os revoltosos ocuparam o quartel-general do Rio de Janeiro e depois o Ministério da Guerra. Depuseram o Ministério e prenderam seu presidente, Afonso Celso de Assis Figueiredo, Visconde de Ouro Preto. Na tarde do mesmo dia 15, na Câmera Municipal do Rio de Janeiro, foi solenemente proclamada a República.
Dom Pedro II, que estava em Petrópolis, retornou ao Rio. Pensando que o objetivo dos revolucionários era apenas substituir o Ministério, o imperador tentou ainda organizar outro, sob a presidência do conselheiro José Antônio Saraiva. No dia seguinte, o major Frederico Sólon Sampaio Ribeiro entregou a Dom Pedro II uma comunicação, cientifcando-o da proclamação do novo regime e solicitando sua partida para o exterior. Na madrugada de 17 de novembro, Dom Pedro II partiu com a família para o desterro na Europa. Terminava assim o regime imperial brasileiro que durou sessenta e sete anos, dos quais quarenta e nove sob o poder de Dom Pedro II.


Marechal Deodoro da Fonseca
(Cidade de Alagoas, 5 de agosto de 1827 — Rio de Janeiro, 23 de agosto de 1892)
militar e político brasileiro, proclamador da República e primeiro presidente do Brasil.

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